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INDÚSTRIA 4.0: ENTENDA A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA NESSE NOVO CENÁRIO

O termo Indústria 4.0 ainda é um tema tímido aqui no Brasil, apesar de não ser algo tão recente.

Mas, se você se mantém atualizado em relação a novas tendências tecnológicas, certamente já deve ter ouvido ou lido a respeito da indústria 4.0.

Hoje menos de 2% das organizações do país estão verdadeiramente inseridas nesse cenário, sendo que possuem capacidade para movimentar US$ 15 trilhões nos próximos 15 anos, de acordo com dados apresentados pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

Analisando esses números, claramente notamos que as empresas brasileiras ainda tem muito que amadurecer quanto a aderência ao conceito da indústria 4.0.

Para entender melhor esse cenário, é preciso lembrar das primeiras indústrias, que nasceram na época da Revolução Industrial.

De grandes e barulhentas máquinas movidas a vapor aos portáteis e pequenos smartphones.

Pensando nesse sentido, fica a reflexão: Onde mais a tecnologia pode nos levar?

As três primeiras revoluções industriais vieram com a produção em massa, linhas de montagem, eletricidade e por último a tecnologia da informação, fazendo da competição tecnológica o centro do desenvolvimento econômico dos países.

Já a quarta revolução industrial, terá um impacto maior e significativo que irá se caracterizar por uma soma de tecnologias que permitem a união do mundo físico, digital e também o biológico.

O QUE É INDÚSTRIA 4.0?

De forma bem resumida, a indústria 4.0 é um conceito recente que engloba as mais novas e principais inovações tecnológicas dos setores de automação, tecnologia da informação e controle, aplicadas aos processos de manufatura.

Hoje temos no mercado sistemas cyber-físicos, internet das coisas e serviços, sendo que com isso todo processo de produção deverá se tornar mais eficiente, possuindo maior autonomia e fácil grau de customização.

A quarta revolução industrial, já tem gerado grandes mudanças, com fábricas mais inteligentes. As mudanças nos produtos manufaturados se tornam frequentes, o que causa grandes impactos em diversos setores do mercado em geral.

O conceito da Indústria 4.0 começou a ser divulgado para todos em umas das edições da Feira de Hannover em 2011.

A iniciativa patrocinada e incentivada principalmente pelo governo alemão, juntamente com empresas de tecnologia, centros de pesquisas e universidades, traz uma importante mudança na maneira como as fábricas têm operado nos dias atuais.

Essa visão de futuro, causa um completo afastamento do controle de produtivos processos e uma grande multiplicação de dispositivos inteligentes que são interconectados, ao longo de toda a cadeia de logística e produção.

O fundamento básico da quarta revolução industrial defende que, ao conectar máquinas, sistemas e outros ativos, as empresas criarão redes inteligentes ao longo de toda cadeia de valor e que podem facilitar o controle autônomo de módulos da produção.

Resumindo, as fábricas inteligentes terão total autonomia e maior capacidade para agendamento de manutenções, prevenção de falhas nos processos, adaptação aos requisitos e mudanças que não foram planejadas na produção.

IMPACTOS DA INDÚSTRIA 4.0 NO BRASIL

A quarta revolução industrial é um evento de proporções globais, por esse motivo é esperado que suas ocorrências tenham impactos fortes no Brasil.

A criação de novos modelos de negócios, sem dúvida, será um dos principais impactos causados pela revolução, sabendo que hoje muitas empresas já estão integrando seus produtos de acordo com as necessidades e preferências de cada cliente.

A prévia customização dos produtos que parte dos próprios consumidores será uma variável a mais em todo o processo de manufatura, porém as fábricas inteligentes poderão levar em consideração a customização de cada cliente adaptando-se às preferências.

Outro abalo que será causado pela Indústria 4.0 será sem dúvidas, as pesquisas e desenvolvimento de segurança em tecnologia da informação, levando em conta a total confiabilidade da produção e interação entre máquinas com outras máquinas.

A tecnologia terá que se desenvolver de forma ágil e contínua para se tornar viável à adaptação de empresas, dentro desse novo modelo de indústria.

Sem dúvidas que os profissionais também precisarão de adaptação a esse novo modelo, já que as fábricas estão cada vez mais automatizadas e haverá o surgimento de novas demandas, levando em consideração que algumas deixarão de existir.

Sabemos que atualmente alguns trabalhos manuais e repetitivos já estão sendo substituídos por máquinas automatizadas e, com a quarta revolução industrial, essa demanda tende a continuar, de uma forma mais rápida do que tem acontecido.

As grandes demandas em pesquisas e desenvolvimento darão a oportunidade para profissionais capacitados com entendimento multidisciplinar, que irão compreender e trabalhar com diversas tecnologias que constituem uma fábrica inteligente.

COMO A TECNOLOGIA INTERFERE NESSE CENÁRIO?

Não existe Indústria 4.0 sem as tecnologias de conectividade. Uma vez que a viabilização de todo os processos inteligentes, móveis e seguros só se tornam possíveis através de dois grandes pilares da tecnologia atual: o Big Data e a Internet das Coisas.

A Internet das Coisas (IoT) veio para trazer facilidade e ampliação da interação entre seres humanos e, dos mais comuns aos mais específicos, dispositivos tecnológicos.

Já a análise de Big Data facilita que um grande volume de dados seja lido e administrado de forma simultânea.

Com a vinda da Internet das Coisas, o trabalho com máquinas, ambientes, dispositivos móveis e computadores conectados à web, permite cada vez mais que empresas coletem e troquem dados entre eles.

Essa rede de desenvolvimento permite que os dados sejam transmitidos facilmente em tempo real, uma vez que todos os processos funcionam através de sensores, o que permite que equipamentos físicos e sistemas virtuais comuniquem-se entre si.

Nesse cenário as estratégias de negócios também acabam passando por transformações, sendo que a partir disso, precisam ser guiadas para contínuo aumento da produção, redução de custos e melhorias tecnológicas. Levando em consideração que todo processo deverá ser estruturado através de sistemas de otimizações, bancos de dados altamente desenvolvidos e complexas redes de informações.

Através dessa adaptação com tecnologia, a empresa começa a se transformar em uma empresa 4.0, que passa a ser orientada para a integração da cadeia produtiva, alto desempenho e maior eficiência.

Tudo isso torna todo o processo de estrutura técnica, controlável e com menor margem de erros através de ativos online e utilização do Big Data para tomada de decisão com maior assertividade.

QUAIS TECNOLOGIAS EXISTEM PARA ISSO?

De acordo com o Boston Consulting Group, existem 9 pilares tecnológicos que sustentam a Indústria 4.0:

1. Big Data e Analytics: A grande capacidade de coleta, organização e análises de um expressivo volume de dados obtidos de diversas fontes é uma das protagonistas da indústria 4.0.

O Big Data e Analytics aperfeiçoa a qualidade da produção em massa, economizando energias que antes eram desperdiçadas e melhora significativamente o desempenho dos equipamentos utilizados.

2. Robôs autônomos: Pode parecer recente, mas a utilização de robôs nas indústrias já vem sido feita há muito tempo, porém o diferencial deles dentro da indústria 4.0 está na capacidade de trabalhar sem precisar de supervisão, agindo de forma inteligente e autônoma.

A utilização desses robôs traz a redução de custos com mão de obra humana qualificada e aumento da produção, o que pode tornar as indústrias mais competitivas.

3. Simulação: Também conhecido como Digital Twin, uma tecnologia capaz de criar simulações virtuais em variados projetos, desde um computador até uma complexa turbina de avião.

Através dessas simulações é possível fazer o teste de produtos de forma digital, sem que isso gere altos gastos e um grande movimento técnico.

4. Integração de sistemas (horizontais e verticais): As diversas integrações horizontais e verticais, estão relacionadas à consistentes sistemas de TI, que são interligados dentro de empresas e fora delas.

Com a existência de redes de integração de dados, as empresas da indústria 4.0 jamais estarão isoladas.

5. Internet das coisas (IoT): Uma das principais tendências para a propagação da quarta revolução industrial é a internet das coisas, que hoje promove a maior parte da automação dentro das indústrias.

Através de sistemas, sensores e grandes recursos de comunicação, a internet das coisas permite aos principais gestores o acompanhamento dos processos de forma mais profunda, avaliando o desempenho de cada etapa em tempo real.

6. Cibersegurança (Cyber Security): Em um mundo altamente conectado e integrado, a proteção de dados e sistemas das grandes ameaças cibernéticas torna-se um desafio.

Essa prática irá proteger computadores e servidores, dispositivos móveis, sistemas eletrônicos, redes, servidores e dados, de ataques maliciosos.

7. Computação em Nuvem (Cloud Computing): Já vem sendo utilizada por diversas empresas, porém na indústria 4.0 terá seu desempenho otimizado pelo aumento da capacidade e velocidade de processamentos.

Atualmente, a computação em nuvem garante às empresas, virtualização, trazendo maior mobilidade, escalabilidade, segurança aos processos e o principal, agilidade.

8. Manufatura aditiva: Podendo ser chamada também de impressão 3D, é hoje utilizada na produção de protótipos físicos e peças exclusivas.

Na indústria 4.0, ela é utilizada em grande escala para a produção de menores lotes de peças personalizadas, diminuindo altos custos de personalização e fabricação.

9. Realidade aumentada: Existe uma enorme capacidade na realidade aumentada voltada para a prestação e geração de serviços.

Utilizada para otimizar ambientes naturais ou situações e oferecer experiências perceptivamente ricas, com a ajuda de tecnologias avançadas.

Diante da realidade da quarta revolução industrial, quem pretende estar inserido no mercado do futuro precisa começar agora a reformular suas estratégias de negócios, sendo que o mesmo vale para profissionais que pretendem ingressar nesse cenário, principalmente profissionais especializados em tecnologia da informação.

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